Não devemos confiar em pecadores
- Mustard Jesus
- 7 de nov. de 2024
- 3 min de leitura
Eu costumava dizer que a confiança é mais fundamental para um relacionamento do que o próprio amor, dizia: “se acabar a confiança, não há amor que sustente nenhum relacionamento.”. Embora pareça fazer sentido, não é isso que Jesus nos ensina.
Em Mateus 26:49-50 (NVI, destaque inserido pelo autor), a Bíblia nos conta o seguinte:
“Dirigindo‑se imediatamente a Jesus, Judas disse:
― Saudações, Rabi!
E o beijou.
Jesus, porém, lhe perguntou:
― Amigo, o que o traz aqui?
Então, os homens se aproximaram, agarraram Jesus e o prenderam.”
Conforme sabemos, Jesus é Deus, portanto Ele sempre soube de todas as coisas. Como então Ele pode chamar um traidor de amigo? Por causa do amor.
Na vida cristã o amor é a base que fundamenta todas as nossas escolhas e ações. Em toda a escritura vemos conselhos do Senhor para orarmos pelos nossos inimigos, ou seja, mesmo sem gostar de alguém é nossa obrigação como cristãos amá-lo.
Além disso essa passagem também expressa algo importante sobre nosso Senhor: Jesus não fundamentava sua identidade em suas amizades, por isso a traição de um amigo não era algo que o feria, porque já era uma expectativa.
A única coisa que podemos esperar de um pecador é que ele peque contra nós, portanto, qual o sentido de depositarmos confiança em alguém?
Você pode estar se perguntando: “Mas então eu não devo ser amiga de ninguém?”
Jesus nos advertiu:
“...sejam prudentes como as serpentes e inocentes como as pombas.”
Mt 10: 16b
E também nos orienta:
“Então, Pedro aproximou‑se de Jesus e perguntou:
― Senhor, quantas vezes deverei perdoar o meu irmão quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?
Jesus respondeu:
― Eu digo a você que não até sete, mas até setenta vezes sete.”
Mt 18:21-22
Embora apenas nosso Senhor seja digno de confiança, nos ausentarmos do convívio com outras pessoas apenas por termos medo que elas falem mal de nós ou desejem nosso mal é nos colocarmos como alguém superior ao nosso Salvador. Situações delicadas como essas são oportunidades para testemunhar e aplicar o amor de Deus, conforme o exemplo que Ele nos deixou.
Nós fomos deliberadamente perdoadas dos nossos pecados na cruz e abundantemente amadas, como podemos nós limitar o perdão e o amor aos que pecam contra nós? Seria controverso, não é mesmo?
O afastamento não resolve problema e não nos faz mais parecidas com Jesus, mas o amor sim.
Eu gostaria de enfatizar que a primeira a ser confrontada pelas palavras que o Espírito Santo me conduz a escrever sou eu mesma. Quantas e quantas vezes já depositei confianças nas pessoas e me feri. Tive uma amiga que era carne e unha comigo na faculdade, quando a faculdade acabou, ela se afastou de mim abruptamente, chorei muitas vezes por isso. Quando Deus me falou sobre tudo isso que acabamos de conversar a única coisa que pensei foi:
“Alguns confiam em carros de guerra, outros confiam em cavalos; nós, porém, confiamos no nome do Senhor, o nosso Deus.”
Sl 20:7
Por isso, façam muitos amigos, os ame mesmo que te traiam. Porque a sua confiança e identidade deve ser depositada no único que é digno, no único que nunca te decepcionará, nunca te abandonará e sempre te encherá de amor. E eu sei que Deus usará esses relacionamentos para espalhar sementes do Seu amor e te tornar uma cópia autêntica de Jesus.
Com amor,
Emanuele Incau.
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