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Rute e Boaz, uma perfeita história de amor

  • Foto do escritor: Mustard Jesus
    Mustard Jesus
  • 13 de fev.
  • 4 min de leitura

Após a morte de seu marido, cunhado e sogro, Rute decide se posicionar como provedora de sua sogra, Noemi. Ela abandona os deuses de sua família de origem (moabitas) e retorna a Belém. Como viúva, o trabalho que lhe restou foi recolher as sobras das plantações ao redor, e é assim que ela conhece Boaz, que, por coincidência, é parente de Noemi e dono de uma das fazendas da região.

 

Boaz é conhecido por sua fidelidade a Deus, seu caráter inabalável e bondade com todos ao seu redor. Vemos também que a fama de Rute antecede sua chegada à propriedade, pois os trabalhadores já haviam relatado a Boaz a maneira amorosa com que ela tratava sua sogra. Então, Boaz casa-se com Rute e torna-se seu redentor, garantindo segurança e um futuro tanto para ela quanto para Noemi.

 

A colheita de uma vida rendida ao Senhor fez com que eles se tornassem os ancestrais do rei Davi e, consequentemente, de nosso Salvador, Jesus Cristo.

 

O reverendo Hernandes Dias Lopes elenca em seu livro Rute e Boaz: Uma Perfeita História de Amor alguns pontos que nos mostram por que o casamento de Rute e Boaz foi repleto de encanto e beleza.

 

Embora o encontro dos dois possa parecer, aos olhos humanos, algo ocasional, não servimos a um Deus do acaso, mas sim a um Deus de propósitos bem estabelecidos. É por isso que o reverendo afirma, com segurança, que o casamento de Rute e Boaz foi providenciado por Deus.

 

É importante enfatizar que, quando Rute toma a decisão de continuar ao lado de Noemi, ela não o faz com a intenção de encontrar um novo companheiro. Em uma de suas falas, ela diz à sua sogra:

 

"Não insistas comigo para que te abandone e que não mais te acompanhe. Aonde fores, irei; onde repousares, ali repousarei! O teu povo será o meu povo, e o teu Deus será o meu Deus!"

Rt 1:16

 

Essa passagem nos mostra claramente que os olhos de Rute estavam fixos em Deus, no Deus de Noemi e de seu falecido marido. Ela confiava nEle e compreendeu que Ele era seu abrigo, o verdadeiro Deus. Mesmo não precisando mais manter vínculo com a família de Noemi após a morte de seu marido, ela desejava servi-Lo.

 

Sabemos que Deus sonda nosso coração (Jr 17:10), e tenho plena convicção de que foi por esse motivo que Rute pôde viver um novo casamento com um homem tão bom. O mesmo aconteceu comigo. Como já compartilhei algumas vezes, foi somente quando entendi que minha completude e satisfação estavam em Cristo que Ele me permitiu conhecer meu marido.

 

Até mesmo uma "bênção" recebida em um momento em que não estamos preparados pode se tornar uma maldição em nossas vidas. Nosso Pai não nos libera para "comer sobremesa antes do almoço" (haha). Precisamos de maturidade para viver os planos de Deus, com o coração cheio dEle!

 

Outro ponto importante é que, antes do casamento, Boaz e Rute construíram um relacionamento. Embora ele tenha se interessado por ela desde o início, ele a tratou como um cavalheiro, com honra, amor e gentileza. Mesmo em um momento de vulnerabilidade de Rute (quando ela se deita aos seus pés pedindo que ele a resgate), Boaz a cobre com seu manto e a protege. Essa ação demonstra um pedido de casamento delicado e mostra que ele não queria expô-la negativamente diante da sociedade. Não houve intimidade física antes do casamento.

 

O jugo desigual (2Co 6:14) trata da união entre crentes e descrentes, mas podemos ampliar essa interpretação para outros aspectos importantes na sustentabilidade do casamento. Sabendo que essa é uma aliança vitalícia, há assuntos que precisam ser discutidos antes de sua formação. Ambos devem conhecer seus objetivos, metas inegociáveis e princípios de vida. Quando pulamos etapas e vivemos práticas restritas ao casamento, criamos vínculos emocionais profundos sem ao menos conhecer verdadeiramente a pessoa com quem nos relacionamos. Romper esses vínculos depois, quando percebemos incompatibilidades, é extremamente difícil e pode causar feridas emocionais graves.

 

Outro ponto destacado pelo reverendo é que esse foi um casamento desejado por ambos. É exatamente assim que devemos entrar em uma aliança: com certeza do que estamos fazendo. Diferente do que o mundo prega, casamento não é apenas um contrato que pode ser quebrado a qualquer momento, mas uma aliança para toda a vida, pois "o verdadeiro amor não teme assumir compromissos" (Rute e Boaz: Uma Perfeita História de Amor, p. 121).

 

Já parou para pensar que, enquanto os casamentos estão cada vez mais luxuosos, os índices de divórcio continuam crescendo? Muitas pessoas veem o casamento como uma festa glamorosa, uma forma de status, e não estão dispostas a se dedicar ao outro. Procuram relações para serem felizes e, se algo não vai bem, simplesmente pulam para outra.

 

Em 1 Coríntios 13:4-7, Paulo nos ensina:

 

"O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus próprios interesses, não se ira, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta."

 

Amar é uma decisão diária. Por isso, precisamos estar seguros da nossa escolha ao nos casarmos. O compromisso exige paciência, bondade, justiça, verdade e resiliência, mesmo nos momentos mais difíceis.

 

Rute e Boaz também nos ensinam que a família deve participar de nossas decisões relacionais. Noemi foi conselheira de Rute. Eu mesma vivi isso: uma das confirmações sobre meu marido veio da paz que Deus concedeu ao coração dos meus pais.

 

Por fim, o casamento de Rute e Boaz foi público, selado tanto religiosamente quanto civilmente, cumprindo a orientação de deixar pai e mãe (Gn 2:24) e assumir

responsabilidades diante de Deus e dos homens.

 

Assim, a história de Rute e Boaz nos ensina que o amor verdadeiro vai além de emoções passageiras; ele é construído sobre fé, compromisso e respeito mútuo.

Em um mundo onde relacionamentos são muitas vezes descartáveis, seu exemplo nos lembra da importância de confiar nos planos de Deus, cultivar um caráter íntegro e esperar o tempo certo para viver Suas promessas. Que possamos aprender com essa narrativa bíblica e aplicar seus princípios em nossa própria jornada, entendendo que um casamento sólido não é fruto do acaso, mas sim de uma caminhada intencional com Deus e da disposição de amar com paciência, generosidade e fidelidade.

 

Com amor,

Emanuele Incau.

 
 
 

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Mesmo com uma pequena fé, Deus pode fazer grandes coisas através das nossas vidas. Essa pequena semente crescerá.

@mustard.jesus

©2023 por Mustard Jesus.

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