Equilíbrio no amor próprio
- Mustard Jesus
- 21 de nov. de 2024
- 3 min de leitura
Estava conversando outro dia com meu marido, olhando umas fotos de quando saímos pela primeira vez, há 12 anos. Um dos nossos comentários foi que, mesmo não sendo tão bonitos naquela época, estávamos sempre arrumadinhos (haha). É claro que eu não me vestiria daquele jeito hoje; acho até que estávamos bem cafoninhas. Mas o que queríamos dizer é que a moda da época buscava realçar a masculinidade e a feminilidade de cada um.
Olhando para os tempos atuais, vemos uma necessidade geracional de ser diferente e de impor uma aceitação de qualquer coisa a todo custo, o que tem levado as pessoas a banalizar muitas coisas, inclusive algo que jamais será relativo: a beleza. É realmente contraditório pensar que nunca se falou tanto em amor-próprio como na geração atual, e nunca se viu uma geração tão mal-vestida e depressiva. Por que será? Acredito que por causa do humanismo.
Humanismo é uma postura filosófica e ética que valoriza o ser humano, suas capacidades, aspirações e dignidade. E, falando assim, parece até bom, não é? Ele tem como principais características o antropocentrismo, o racionalismo e o cientificismo. Ou seja, substitui-se Deus como referencial da sociedade pelo ser humano, exclui-se o conhecimento daquele que criou todas as coisas e passa-se a viver como se a razão humana fosse a fonte de todo o conhecimento. Para finalizar, toma-se como verdade que somente a ciência é capaz de determinar todas as questões humanas e sociais. Consegue entender agora o problema em que nos metemos?
Para iniciar nossa conversa sobre esse tema, vamos falar um pouco sobre o amor próprio?
Quando Jesus é questionado sobre quais os principais mandamentos, sua resposta é a seguinte:
“Ao ouvirem dizer que Jesus havia deixado os saduceus sem resposta, os fariseus se reuniram. Um deles, perito na lei, o pôs à prova com esta pergunta: ‘Mestre, qual é o maior mandamento da lei?’ Jesus respondeu: ‘Ame ao Senhor, o seu Deus, com todo o seu coração, com toda a sua alma e com todo o seu entendimento’. Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: ‘Ame o seu próximo como a você mesmo’. Desses dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas.”
Mateus 22:34-40
(destaque inserido pela autora)
Erroneamente, falei muitas vezes o seguinte ao ler esse texto: “Se eu não me amar, como vou amar os outros?”. Em uma sessão recente com minha psicóloga, ela me falou o quanto minha percepção sobre isso contradizia toda a Escritura e quero compartilhar isso com vocês.
Para começar, desde Gênesis até Apocalipse, Deus direciona seu povo a servir. Nem os seres humanos, nem nada da criação foi feito para ter fim em si mesmo. Um bom exemplo são as macieiras: já viu uma macieira se nutrir de maça? Da mesma forma, nós fomos revestidos pelo Senhor de características, dons e talentos individuais que têm como objetivo servir aos nossos irmãos.
É por isso que a Bíblia nos diz:
“Lembrem das palavras do Senhor Jesus: ‘É mais feliz quem dá do que quem recebe.’”
Atos 20:35b
A realidade é que o que Jesus quis dizer quando falou sobre o segundo maior mandamento é que o amor-próprio que você tem hoje, mesmo que seja pequeno, já é suficiente para que você comece a amar os outros. Porque é na medida em que amamos a Deus e servimos nossos irmãos que a vida cria propósito. Ou seja, é nesse processo de entender quem nosso Criador é e de amar o próximo que vamos entendendo quem somos e para que fomos criados, e Deus vai nos ensinando a chegar ao ponto de equilíbrio do nosso amor por nós mesmos.
Gostaria de ressaltar que o Senhor nunca quis que não tivéssemos autoestima ou que fossemos todos iguais, afinal, quem nos fez com individualidades foi Ele e Ele nos valoriza. Ele apenas sabe que, sempre que olhamos demais para nosso umbigo, vamos para um caminho ruim para nós mesmos, porque “somos escravos daquilo que nos domina” (2Pe 2:19b) e o único que pode nos dar a verdadeira liberdade e paz é Jesus.
Minha oração é para que você possa conhecer mais quem Ele é, para que o Espírito Santo te ensine a contemplar o que é belo, bom e verdadeiro, e que Ele possa te dar a verdadeira liberdade.
Com amor,
Emanuele Incau.
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